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Cerveja preta: conheça a história e os estilos
Em 11/09/2023 às 11h30.

Cerveja preta: conheça a história e os estilos

Para muitos, essa cerveja é uma ilustre desconhecida. Mas nessa categoria há todo um universo de estilos e sabores. Que tal saber mais para apreciar melhor?

Luis Celso Jr.
Por Luis Celso Jr., cervejar.com
Jornalista e Sommelier de cerveja

A cerveja preta, ou cerveja escura, nem sempre é a mais popular nas mesas de bar. Muitos acham muito doce, outros dizem ser muito amarga, etc. E tudo isso mostra o quanto esse tipo de cerveja é desconhecido do grande público. Ou melhor, tipos. Sim, dentro dessa categoria, existem vários estilos, cada um com seus aromas e sabores próprios. E esse é um dos motivos de toda a confusão. Como o Arthur’s Day está chegando — data comemorada em 27 de setembro em homenagem ao fundador da Guinness —, que tal entender mais sobre a cerveja preta? Com certeza você encontrará alguma que vai agradar seu paladar.

A cor da cerveja preta

A cor preta da cerveja é resultado, na maioria das vezes, da inserção de maltes torrados na receita. Eles passam por um processo de altas temperaturas semelhante ao do café, o que traz a cor escura e grande parte dos aromas e sabores, normalmente descritos como diferentes tipos de chocolate, cacau ou café.

Esse tipo de malte só foi possível por conta da invenção do tambor torrador pelo britânico Daniel Wheeler em 1817. Essa foi uma tecnologia decisiva para deixar a torra mais intensa, escura, homogênea e sem toques de fumaça. Antes disso as cervejas eram marrom e tinham toque defumados, algo típico da secagem direta a fogo que era empregada.

Acontece que a cor preta também pode ser obtida por meio de colorização. A Malzebier, tipo de cerveja muito popular no Brasil, pertence a esse grupo. No lugar dos maltes torrados, as cervejarias usam corante para deixá-la escuras e açúcar para torná-las doces.

Porter

O estilo Porter foi o primeiro a se beneficiar dos maltes torrados. Ele surgiu no século XVIII e se tornou muito popular entre os ingleses. O nome vem dos trabalhadores braçais da região de Londres, chamados de porters, os principais consumidores dessas cervejas. A cor era marrom escuro, o máximo possível na época. O sabor intensamente torrado era uma das suas características principais.

No entanto, a Porter caiu em desgraça com seu público mais fiel. Outras tecnologias da época mostraram que a cerveja poderia ter maior rendimento se feita com maltes claros, usando os escuros apenas para dar cor, aroma e sabor — conforme feito até hoje. No entanto, os maltes torrados eram caros e muitas cervejarias optaram por outras substâncias, como açúcar queimado, para esse fim.

Para apreciar cerveja semelhante à feita nos áureos tempos da Porter, experimente a Fuller’s London Porter, uma Brown Porter que recria parte das características das versões originais. Há também outras variantes do estilo hoje em dia, como Robust Porter e Baltic Porter.

Stout

Mas a salvação desse tipo de cerveja apareceu em forma de um novo estilo. Vendo o problema ocasionado pelo barateamento da Porter, outros cervejeiros usaram de fato maltes torrados e lançaram a Stout Porter. A palavra “stout” era usada na época como sinônimo de força. Não muito tempo depois, a cerveja acabou ficando conhecida apenas pelo primeiro nome.

Sim, a Stout é “filha” a Porter, e nos anos seguintes fez muito sucesso, gerando algumas variantes presentes no mercado até hoje. A Irish Dry Stout, Oatmeal Stout e Sweet ou Milk Stout são as mais populares.

Destas, talvez a mais famosa seja a Irish Dry Stout por conta da marca Guinness. Arthur Guinness II, filho do fundador da cervejaria, fazia Porters desde o fim do século XVIII. Entusiasta da tecnologia, foi um dos primeiros a adotar o malte produzido pela máquina de Daniel Wheeler. Ou seja, uma das primeiras Stouts modernas. Vale a pena provar a Guinness.

Já a Oatmeal Stout e a Milk Stout surgiram no final do século XIX. A primeira, produzida com aveia, trazia um corpo maior, era mais cremosa e tinha um toque terroso ou amendoado do cereal. A segunda era adicionada de lactose antes de envase, que também conferia um corpo maior e dulçor elevado.

Outros estilos de cerveja preta

Os maltes pretos foram uma invenção dos britânicos, sendo muito usados em suas Ales. Mas outras tradições cervejeiras também se beneficiaram deles. Na Alemanha, o estilo Schwarzbier sofreu alterações após a invenção desse tipo de malte. Ele provavelmente era marrom escuro desde seu surgimento, se tornando de preto logo após. A palavra “schwarz” signifca negro em alemão. Experimente a clássica Köstritzer.

Os americanos se basearam muito em estilos ingleses para criar suas versões próprias, normalmente com algumas poucas mudanças. O estilo American Stout é uma delas. Possui maltes intensamente torrados além de amargor mais elevado que os estilos britânicos.

A Russian Imperial Stout, apesar no nome, também tem origem britânica. Era uma cerveja de alto teor alcoólico baseada nas antigas Porters de alto ter alcoólico que foram exportada pelos ingleses para os países do Mar Báltico. A Rússia era um dos principais destinos. Você pode experimentar a Dum ou Wäls Petroleum.

E para você? Qual seu estilo preferido de cerveja preta?

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