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Cerveja Avós: dos ancestrais às Lagers
Em 07/08/2023 às 11h30.

Cerveja Avós: dos ancestrais às Lagers

Cerveja Avós é especializada em cervejas de baixa fermentação, uma tendência que pode chegar ao Brasil em breve.

Luis Celso Jr.
Por Luis Celso Jr., cervejar.com
Jornalista e Sommelier de cerveja

A Cerveja Avós, de São Paulo, é uma das mais interessantes cervejarias artesanais do país. Seja por sua personalidade, que traz um constante homenagem às avós, seja pelo seu produto, já que é especializada e faz apenas cervejas de baixa fermentação (Lagers). Trata-se de uma marca com muita história para contar. Que tal conhecer um pouco mais sobre ela?

Cerveja Avós: uma homenagem aos ancestrais

Desde março de 2016, a Cerveja Avós tem sido muito mais do que apenas uma cervejaria. Com um propósito inspirado nas memórias afetivas e nos almoços de domingo em família, o fundador e publicitário Junior Bottura deu vida a um legado cervejeiro enraizado na lembrança de suas ancestrais e em sua própria paixão pelo universo cervejeiro.

O início da Cerveja Avós foi marcado por uma crise pessoal, que levou Bottura a repensar sua trajetória profissional. “A Avós nasceu após ter me visto sem rumo e novembro de 2015. Tive uma crise de stress e pedi demissão da Agência que trabalhava há anos. Não sabia o que faria. E, entre o pedido de demissão e os 4 meses de aviso prévio que fui negociando de ficar, surgiu a ideia de colocar meu hobby em prática”, conta Bottura.

Ele confessa que não havia uma ideia clara do que aquilo viria a ser. Só havia um propósito: celebrar a ancestralidade e homenagear o caloroso ambiente familiar que tanto marcou sua vida.

Desde então, muitas águas passaram sob essa ponte, mas a essência permaneceu inalterada. Com mais de 220 rótulos lançados, a cervejaria destaca-se por sua inquietude em testar o novo e por oferecer cervejas com alto drinkability, ou seja, de fácil e prazerosa degustação, sempre com conteúdo rico para cativar aqueles que estão entrando no universo das cervejas artesanais.

Lagers

Lagers são hoje uma tendência bastante forte entre as cervejarias artesanais dos Estados Unidos. Um movimento que talvez desponte por aqui em breve. Mas será que a Avós anteviu que essa onda viria?

A decisão de trabalhar exclusivamente com Lagers surgiu após o primeiro ano de atividade da cervejaria, conta Junior. O desejo de resgatar lembranças e memórias afetivas se uniu à busca por um diferencial claro de produto. Com o lançamento bem-sucedido da primeira India Pale Lager em lata do Brasil, intitulada Vó Maria In Concert, o potencial do mundo das Lagers ficou claro.

“Fomos apresentados ao pessoal da Jack’s Abby [cervejaria norte-americana especializadas em cervejas de baixa fermentação localizada próxima de Boston] e fomos lá conhecer. Ali descobrimos e entendemos o tamanho que o mundo das Lagers poderia ter”, diz o fundador. “Não diria que antevimos, pois até hoje sofremos muito em não ter IPA no portfólio — por mais que se fale sobre as Lagers, e se beba mais, a ‘marca’ IPA ainda é muito forte e não precisa de explicação. No entanto, tenho convicção que esse posicionamento é o que nos mantém até hoje”, explica.

Parcerias e projetos

A trajetória da Cerveja Avós também ganhou destaque por sua expansão e parcerias em projetos importantes. Junior Bottura assumiu o papel de embaixador da Master Card e a Avós foi a cerveja oficial do Espaço Priceless em São Paulo por três anos, contrato que se encerrou recentemente. A marca também tem um contêiner no Pavilhão Pacaembu, espaço de eventos no antigo estádio de futebol. Ele ficará em operação até setembro deste ano.

Isso tudo além de ter sua sede, a Casa Avós, na Vila Ipojuca, em São Paulo. “Também inauguramos a casa Taubaté e em breve teremos nossa primeira franquia em Ubatuba. ​​Continuaremos tentando ocupar lugares onde as artesanais não chegam”, diz Bottura.

Olhando para o futuro, a Cerveja Avós enfrenta os desafios de um mercado cervejeiro em constante transformação. A concorrência com grandes marcas e cervejarias de volumes maiores impõe obstáculos, mas Bottura tem uma visão clara para o caminho que deseja seguir. “Quero ter poucos e bons clientes no on-trade [bares e restaurantes], gerar experiências únicas em nossas casas e franquias e continuar nos supermercados somente com produtos frescos, que é nosso diferencial apesar do preço. Além de ter nossa Kombi pelo menos uma vez por mês em eventos culturais e gastronômicos”, revela.

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