Dia da Mulher: 5 cervejas feitas por (ou sobre) mulheres
Com a proximidade do Dia da Mulher, selecionamos cervejas feitas por (ou sobre) mulheres, muitas vezes com campanhas defendendo direitos iguais e estimulando a participação feminina; confira.
Por muitos séculos, as mulheres tiveram papel de protagonistas na história da cerveja. Não se sabe efetivamente quem descobriu a bebida, mas provavelmente foram elas. Depois, passaram a ser as primeiras mestras cervejeiras, já que a produção da bebida era como a de um alimento caseiro, de responsabilidade feminina.
Há também muitas deusas relacionadas às cervejas na Antiguidade, confirmando que a produção da bebida tinha caráter divino e feminino. Na Idade Média, muitas mulheres tinham seus próprios pequenos negócios, conseguindo renda e até certa independência dos homens com a produção e venda do produto.
E foi assim até o Renascimento, no século XIV, quando a cerveja começa a se tornar um mercado mais maduro e desperta interesse dos homens, que tinham acesso ao capital e eram mais aceitos na sociedade dos negócios. Na Revolução Industrial, esse já era um meio completamente masculino.
Felizmente, hoje o papel da mulher na cerveja já não é novidade, como foi há uma década. E a participação delas só cresce em diversos setores, da produção ao comércio.
Por isso, com a proximidade do Dia da Mulher, comemorado em 8 de março, selecionamos cervejas feitas por (ou sobre) mulheres – muitas vezes com campanhas defendendo direitos iguais e estimulando a participação feminina no setor.
Dádiva 3/4 e “She Drinks, She Shoes”
Para evidenciar a disparidade salarial entre homens e mulheres, a Cervejaria Dádiva (Várzea Paulista – SP) fez a NE IPA chamada 3/4. O produto é composto por duas latas, uma de 473 ml, com a frase “Isso é o que ele ganha pelo trabalho”; e uma de 350 ml, em que se lê: “Isso é o que ela ganha pelo mesmo trabalho”.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2019, do IBGE, as mulheres recebem, em média, 77,7% dos rendimentos dos homens.“Desde que inaugurei a Dádiva, esse é um tema importante para nós e que pauta muitas das nossas ações”, afirma Luiza Tolosa, sócia-fundadora da cervejaria.
Em 2020, a Dádiva convidou oito mulheres para elaborar a “She Drinks, She Shoes”. Trata-se de uma Double IPA, cerveja de alto teor alcoólico e alto amargor, que vai contra o estereótipo de “cerveja de mulher”, como leves e frutadas.
Cerveja “Às Mulheres”
A cerveja “Às Mulheres” é uma Saison, também lançada em 2022. Foi totalmente criada por mulheres em uma ação da Ball Corporation, com as cervejarias Masterpiece e Máfia, de Niterói (RJ).
A receita foi feita por Ingrid Matos, responsável pela produção da Masterpiece. Já o rótulo é de autoria da artista plástica Pri Barbosa. E uma equipe formada por cerca de 20 mulheres cuidou de toda a produção da latinha na fábrica de Extrema (MG).
Japas
Mais do que uma ação pontual, a cervejaria cigana Japas é um ótimo exemplo de cervejaria feita por mulheres. À frente do negócio estão Yumi Shimada, Maíra Kimura e Fernanda Ueno, cervejeiras com longa história no mercado. A primeira receita, de 2014, foi a Wasabiru, uma American Pale Ale feita com Wasabi.
De lá para cá, o portfólio e o negócio só cresceram. São cervejas com ingredientes distintos, muitas vezes, típicos da cultura japonesa e asiática. Fazem sucesso no Brasil e são exportadas para os Estados Unidos. Outra dica é a New England IPA, chamada Kasato Maru, feita com dekopon (uma espécie de tangerina). O nome faz referência ao primeiro navio que chegou ao Brasil com imigrantes japoneses.
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