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Água, malte, lúpulo e likes. Redes sociais são essenciais para a cerveja artesanal
Em 13/12/2021 às 10h00.

Água, malte, lúpulo e likes. Redes sociais são essenciais para a cerveja artesanal

Ganhar reconhecimento, um desafio que as redes sociais ajudam a cerveja artesanal a superar.

Felipe Freitas
Por Felipe Freitas, cervejar.com
Engenheiro Químico e Sommelier de Cerveja

Um dos grandes obstáculos da cerveja artesanal independente no seu início, lá pelos meados dos anos 1970 nos Estados Unidos, era fazer as pessoas (seus potenciais consumidores) saberem que ela existia.

Na verdade o nome “cerveja artesanal” nem era utilizado nessa época, a chamavam de “movimento das microcervejarias” ou algo parecido. Esse mercado era sustentado por eventos, divulgação boca a boca e tentar aguentar longos períodos com as contas da cervejaria no vermelho. Apaixonante, mas bastante difícil.

Os pontos de venda que comercializavam essas cervejas (que não eram muitos) eram certamente o único lugar onde havia possibilidade dessas marcas poderem chegar ao conhecimento dos consumidores.

Estes são locais onde é difícil estabelecer um contato mais profundo e duradouro para que as pessoas desenvolvam um grande interesse por esses produtos.

Até os anos 1990 a propaganda era a TV, e a cerveja artesanal não estava lá

Mas assim era o mercado das microcervejaria nos EUA, que viria inspirar uma grande parte do mundo décadas depois, o crescimento começou a duras penas e se fortaleceu principalmente devido a uma cultura da cerveja caseira que ajudou a atrair pessoas interessadas em saber mais da bebida e das suas possibilidades.

Cerveja, para a maior parte das pessoas, significava um produto quase que sem nenhuma possibilidade de diversidade de sabores. Algo que dominou quase que o mundo inteiro com a ascensão das grandes cervejarias multinacionais.

Boa parte desse domínio das gigantes se deu via televisão, um canal acessível praticamente apenas para empresas de grande porte, principalmente no horário nobre junto aos programas de grande audiência

Redes sociais foram a grande virada para as cervejarias artesanais

Se nas suas primeiras décadas as microcervejarias norte-americanas cresceram graças à divulgação presencial, a partir dos anos 1990 a internet passou a dar uma grande ajuda, viabilizando a disseminação de informação por meio digital.

Com a chegada das redes sociais, que permitem um contato com um público de nicho a um custo acessível para pequenas empresas, as microcervejarias começaram a ganhar um canal onde podiam falar diretamente aos seus fãs.

De fato, nos últimos anos, principalmente com a chegada do Instagram, o universo da cerveja artesanal se tornou extremamente visual, com cervejarias criando quase que uma espécie de “história em quadrinhos” para exibir para a audiência na construção de suas marcas.

Embalagens, eventos, o dia a dia da fábrica, rótulos artísticos estão entre as muitas imagens que ganham postagens na rede, apresentando a cerveja artesanal como um mercado associado a criatividade.

Conquistar o público não é uma tarefa nada fácil, mas com o auxílio das mídias sociais a cerveja artesanal ganhou um novo ingrediente que nunca seria imaginado em tempos passados.

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