Qual o caminho para começar a degustar cervejas artesanais?
Não há um caminho certo ou errado na jornada do cervejeiro, mas há algumas trilhas já traçadas que podem garantir boas experiências para quem está começando; confira!
De acordo com alguns guias de cerveja, são mais de 150 estilos de cervejas artesanais, entre tradicionais e novos. Com tanta diversidade, é fácil, e até compreensível, se perder em tantas cores, aromas e sabores por aí. Diante disso, uma das perguntas que ouço com frequência é: por onde começar? O que beber primeiro? E depois, para onde vou?
Em primeiro lugar, não tem certo, ou errado nessa jornada. Apenas escolhas diferentes, considerando critérios distintos. Alguns preferem seguir o gosto pessoal, enquanto outros, recomendações de amigos. Há ainda quem escolha explorar bastante para só depois definir o que gosta e o que não gosta.
Apesar disso, conhecemos os caminhos que são mais comuns e que, inclusive, mudam com o tempo. São jornadas quase pré-definidas com base na quantidade de adeptos de gosto em comum. Não considere-as como regras, mas segui-las pode revelar boas experiências.
A nobreza do trigo
Para muitos, as cervejas de trigo são o primeiro passo na cerveja artesanal. Elas, de certa forma, criaram o mercado brasileiro. Entre 1990 e 2000, as Weizenbiers foram alguns dos primeiros rótulos importados com sucesso para o Brasil. Esse estilo de tradição alemã é pouco amargo, suavemente adocicado, frutado e condimentado, lembrando banana e cravo.
Hoje, as Witbiers fazem bastante sucesso com o público iniciante. Diferente das anteriores, essa interpretação de tradição belga é menos doce, mas igualmente pouco amarga. São também cítricas, leves e refrescantes, já que levam adição de cascas de laranja e sementes de coentro, sendo feitas com trigo não malteado.
Ambas são fáceis de beber e de gostar, além de terem diferenças significativas em relação às “cervejas comuns”, demonstrando claramente seus atributos especiais.
O caminho das IPAs
Muitos começam sua jornada pela India Pale Ale (IPA), um estilo inusitado para esse fim já que é essencialmente amargo. Mas apesar do amargor, o sucesso das IPAs é, talvez, pelos aromas e sabores dos lúpulos. Nas versões americanas, eles são frutados, cítricos ou resinosos. Nas inglesas, herbais e terrosos. Sim, as notas aromáticas dos óleos essenciais dessa florzinha mudam de acordo com a espécie e local de plantação.
Apesar do amargo parecer um empecilho ou limitante a princípio, ele também é viciante. Uma vez que você aprende a gostar, não quer outra coisa por um bom tempo. E isso explica a quantidade de amantes do lúpulo e das IPAs – e o tempo longo que ficam nessa “vibe”.
O amor pelas belgas
Raramente as cervejas belgas são o primeiro passo dos iniciantes. Costumam ser o segundo, talvez. Mas surpreendem de tal forma que se tornam marcantes. Meu primeiro amor foi, justamente, por um estilo belga: o Quadruppel. Potente e complexo, com aromas ricamente frutados, maltados e condimentados, ele foi a deixa para nunca mais largar esse universo tão rico em possibilidades.
Estilos como Belgian Blond Ale, Dubbel e Tripel também são adequados, já que têm baixo amargor, dulçor residual suave e complexidade de aromas, que marcam uma distinção importante ao tradicional. Não são frequentemente fabricados por cervejarias nacionais, mas sempre é possível encontrar uma opção, mesmo que importada.