Para beber de joelhos: 3 cervejas feitas em mosteiros
Os monges foram os verdadeiros guardiões da cultura cervejeira durante a Idade Média e, até hoje, existem cervejas monásticas deliciosas; conheça três rótulos para beber de joelhos.
O envolvimento da igreja, especialmente cristã, com a cerveja é bastante antigo. Provavelmente, a bebida já era feita em mosteiros desde o final do Império Romano. Mas, é certo que a expansão das ordens monásticas aconteceu na Idade Média, por volta do ano 500 d.C., com a dominação de parte da Europa por tribos germânicas.
Os monges foram os verdadeiros guardiões da cultura da cerveja. Diferente da população em geral, eles eram alfabetizados e podiam registrar suas receitas e processos. Também podiam compartilhar esses escritos com outros monges e, principalmente, usar o conhecimento científico para melhorar a bebida, desenvolvendo a tecnologia da época.
Em grande parte, é por isso que as cervejas monásticas, também conhecidas como cervejas de abadia, sempre tiveram um reconhecimento especial.
Com a Reforma Protestante, no século XVI, e a Queda da Bastilha, em 1789, a Igreja Católica perdeu força e muitas das abadias europeias foram destruídas, se recuperando, aos poucos, a partir do século XIX.
Em especial a Ordem Trapista se tornou uma excelente produtora de cervejas, dando origem ao termo “cerveja trapista” – hoje, uma denominação de origem que garante que a cerveja foi feita em mosteiros desta ordem, por monges, ou sob supervisão deles.
Então, que tal experimentar três cervejas de abadia e trapistas? Garanto que são de beber de joelhos.
Leffe Blonde
A Leffe é uma das marcas mais difundidas. Essa cerveja tem início no ano de 1240, na abadia Notre-Dame de Leffe, na Bélgica, fundada em 1152. Além de um grande envolvimento com a comunidade, o mosteiro funcionava como hospedaria, o que ajudou a espalhar a fama da cerveja com os viajantes. Experimente a Leffe Blond, uma cerveja dourada e leve, com aromas de frutas amarelas, como pêssegos, condimentados, como noz-moscada, e bastante refrescante.
Weihenstephaner Hefe Weissbier
Essa cervejaria alemã é a mais antiga do mundo ainda em funcionamento. Ela comercializa cervejas desde 1040, e também teve origem em um mosteiro. A abadia de Weihenstephan foi fundada no ano 725, em Frising, parte sul da Alemanha, e extinta em 1803. O mesmo local passou a abrigar uma escola de agricultura e cervejaria, que veio a ser a parte da Universidade Técnica de Munique.
Desde 1921, a bebida é produzida pela Cervejaria Bávara Estatal, de Weihenstephan, na mesma colina da abadia. Experimente a Weihenstephaner Hefe Weissbier, uma cerveja de trigo alemã clássica, com aromas frutados e condimentados, lembrando cravo e banana, refrescante e saborosa.
Chimay Rouge
Produzida por monges da abadia de Notre-Dame de Scourmont, na Bélgica, é uma legítima cerveja trapista. O mosteiro foi fundado em 1850, e começou a produzir cerveja em 1862. Foi destruído na Segunda Guerra Mundial, e voltou a produzir apenas em 1944. Foi a primeira a usar o nome cerveja trapista e produz uma série de cervejas deliciosas lá mesmo, sob supervisão dos monges.
Experimente a Chimay Rouge, uma Belgian Dubbel escura, de cor marrom, com aromas de maltes tostados, caramelo, e frutados, como frutas secas, de paladar adocicado, corpo médio e 7% de álcool.