Moules et frites: o prato que é o orgulho belga
Moules et frites é mais um gênero, do que um prato, propriamente dito. Isso porque, o prato tem inúmeras variações, para atender aos diferentes gostos.
Cerveja é uma especialidade belga. O país é uma das quatro grandes escolas cervejeiras do mundo, com dezenas de estilos nascidos e criados por lá. Uma tradição tão grande, que só pode ser equiparada à paixão por mexilhões com batatas fritas, prato mais conhecido como moules frites, ou moules et frites.
Este prato é cheio de curiosidades. Uma delas, por exemplo, é que a popularidade dos mexilhões é histórica, na Bélgica. Isso porque, no passado, era comida barata e ficou conhecida como “prato dos pobres”. Hoje, é uma iguaria que migrou para os restaurantes.
A Bélgica, inclusive, foi um dos países europeus que mais rapidamente adotou a batata, depois que ela foi levada das Américas para a Europa, no século 16. Você sabia, aliás, que a batata frita não é invenção francesa, apesar do termo french fries?
Manuscritos flamencos, de 1781, já citavam uma fritura parecida com ela. Uma batata cortada em formato de peixinho e apreciada no inverno, quando era mais difícil ver peixes nos rios e ter o pescado à mesa.
Moules et frites, portanto, é uma combinação que iria acontecer, em algum momento, e se tornou tão clássica, quanto hambúrguer com fritas, nos Estados Unidos, ou fish and chips, na Inglaterra.
E uma outra curiosidade é que, na Bélgica, moules et frites é mais um gênero, do que um prato, propriamente dito. Isso porque, o prato tem inúmeras variações, para atender aos diferentes gostos.
Moules nature, por exemplo, é feito com mexilhões cozidos apenas no vapor, com manteiga, aipo e alho-poró. Já o moules à la creme é preparado, no vapor, com vinho branco e creme de leite. Moules à l’ail (com alho) e moules au vin blanc (com vinho branco) são alguns dos mais populares.
Internacionalmente, a versão mais popular, no entanto, é moules marinière, feita com vinho branco, chalotas (uma espécie de cebola), salsinha e manteiga. Mas, para os cervejeiros, nada melhor do que um bom moules a là bière, versão que substitui o vinho por cerveja.
Muitas receitas recomendam cervejas Gueuze. Porém, elas podem assustar os não acostumados com a alta acidez e rusticidade dessas Lambics. As Belgian Strong Golden Ales são as substitutas populares. Douradas, leves, frutadas e condimentadas, dão um toque especial ao prato, e podem ser usadas, também, como harmonização.
Nós adaptamos para moules a là bière, a receita do chef Benny Novak, do Ici Bistrô, publicada no Estadão. Ficou uma delícia! Confira.
Moules a là bière
Ingredientes
- 1 kg de mexilhões frescos e limpos
- 1 cebola (ou chalotas) em fatias finas
- 3 dentes de alho em fatias
- 1 talo de salsão em fatias
- 30 ml de azeite
- 40g de manteiga sem sal
- 200 ml de cerveja Belgian Strong Golden Ale
- 50 ml de creme de leite fresco
- Tomilho fresco
- Salsinha
- Sal a gosto
- Acompanhamento: batatas fritas
Preparo
- Escolha a panela correta. Ela deve ter fundo grosso e ser grande o bastante para que caibam todos os mexilhões em uma única camada.
- Adicione o azeite. Refogue a cebola, o alho e o salsão por dois minutos.
- Adicione a manteiga e os mexilhões. Misture bem e sacuda a panela para abrir as conchas.
- Adicione a cerveja e o tomilho.
- Quando levantar fervura, tampe e aguarde três ou quatro minutos, até os mexilhões terminarem de abrir. Adicione o creme de leite fresco. Ferva por mais um minuto.
- Mexa e tempere com sal a gosto.
- Finalize com a salsinha picada. E sirva com batatas fritas.