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4 cervejas com fontes de amido alternativas
Em 13/12/2023 às 11h30.

4 cervejas com fontes de amido alternativas

Cervejas com fontes de amido alternativas, o açúcar é essencial para fazer a bebida, o amido pode ser encontrado em outros vegetais e pode ser utilizados na fabricação.

Luis Celso Jr.
Por Luis Celso Jr., cervejar.com
Jornalista e Sommelier de cerveja

Vou contar um segredo sobre a cerveja para você. Na realidade, ela não é uma bebida fermentada a base de cereais, mas sim de amido, um tipo de carboidrato que está presente em vários vegetais, como os cereais, raízes e tubérculos. Tradicionalmente se utilizam os grãos por uma questão histórica, mas é possível fazer uma cervejas com fontes de amido alternativas e com muitas outras matérias-primas. Que tal entender essa questão e conhecer cervejas diferentes para completar o seu repertório?

Malte X outras fontes

Os grãos são os mais utilizados por uma questão de tradição e eficiência, mas não é a única possibilidade para se fazer cerveja. Quando ela surgiu há cerca de 12 mil no local onde hoje é o Oriente Médio, os cereais eram abundantes, fáceis de se coletar e utilizar. E por isso foram os preferidos. Depois, entre eles, a cevada se destacou como mais adequada por conta da melhor proporção de amido em relação a outros elementos, como cascas e proteínas.

Mas isso muda conforme a cultura. Basta ver a tradição dos povos indígenas latino americanos. No Brasil, muitas tribos fizeram fermentados à base de mandioca, que deu origem ao cauim ou caxiri. No Peru, o eleito foi o milho, que vira a chicha. Ambas matérias-primas ricas em amido.

Até hoje utilizamos fontes alternativas na cerveja. São os chamados adjuntos, como milho, arroz e outros cereais. Mas não só eles. Até a abóbora poderia ser utilizada, com foi feito na colonização norte-americana. Na falta de matérias-primas mais adequadas, os britânicos utilizaram esse vegetal, abundante por lá.

Então, se elas são comuns, por que muitas vezes não notamos nenhuma diferença no aroma e sabor? Isso se deve ao fato de que na maioria das vezes elas entram na cerveja para trazer açúcares, que serão transformados em álcool pela ação da levedura. E não trazem sabor. No entanto, dependendo da matéria-prima, elas podem ser sentidas em todo o seu esplendor.

Então que tal conhecer algumas cervejas desse tipo?

Averbode

A Averbode é uma cerveja de abadia, ou seja, que foi produzida em mosteiro no passado. Ela nasceu no monastério de mesmo nome localizada na porção oriental da região flamenca da Bélgica. Hoje, é licenciada para a cervejaria Huyghe, a mesma que produz a Delirium Thremens. Trata-se de uma Belgian Srtong Blond Ale feita com três tipos de grãos diferentes: malte de cevada, aveia e espelta, um tipo de trigo pouco usual. É saborosa, frutada, lembrando pêssego e pera, condimentada, como noz-moscada, com toques de lúpulos florais e 7,5% de álcool. A aveia e a espelta influenciam pouco no sabor, trazendo apenas uma cremosidade a mais.

Colorado Aipi

No Brasil, a cervejaria Colorado, de Ribeirão Preto, foi uma das pioneiras a utilizar a mandioca em suas receitas. A primeira cerveja foi a Colorado Caium, uma American Lager com o ingrediente, que influencia pouco nos aromas e sabores. Recentemente, a marca lançou o projeto Aipi junto com a Academia da Cerveja. Foram produzidas cinco cervejas diferentes de maneira colaborativa com cervejarias das cinco regiões do Brasil. A mandioca faz parte da base junto com o malte, mas cada produtor deu seu “toque pessoal” com ingredientes locais. A versão da Colorado, que representa o Sudeste, utilizou acerola, enquanto a feita com a Amazon Beer, de Belém (PA), utilizou flor de jambu e cupuaçu, por exemplo.

Verace Rapisódia

A Rapisódia, da cervejaria Verace, de Nova Lima (MG), é uma NE Double IPA encorpada, com muito aroma e sabor dos lúpulos norte-americanos. O que ela tem de diferente? A utilização de malte de aveia na composição, um cereal raramente visto na sua forma maltada. Além disso, também leva os tradicionais malte de cevada e trigo. Isso tudo garante uma cor mais acentuada, entre amarelo e dourado, e ainda mais cremosidade.

Manube Fantasma do Paquetá

Cervejas feitas com abóbora foram muito comuns no período de colonização dos Estados Unidos. Sem ter cereais para fazer a bebida, os pioneiros utilizaram esse vegetal abundante na região. Com o passar do tempo, a abóbora deixou de ser uma fonte de amido e passou a ser utilizada apenas para trazer aroma e sabor, com ou sem condimentos. A Manube Fantasma do Paquetá pertence ao estilo hoje chamado de Pumpkin Beer e foi premiada com Medalha de Ouro no Brasil Beer Cup 2023.

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