Cerveja e ciência evoluem juntas
A cultura e o avanço da indústria da cerveja devem muito ao avanço da ciência.
Há mais de mil anos ao lado do homem, a cerveja precede o próprio conhecimento científico do ser humano. Porém, é incrível perceber como a chegada da ciência explicou e permitiu o controle das muitas técnicas que utilizávamos na produção cervejeira. Além disso, foi a ciência que impulsionou a cultura da cerveja para outro patamar.
Técnicas de fermentação, refrigeração e a produção de vidro estão entre os grandes marcos tecnológicos que alavancaram a evolução da cerveja. Todos eles se concentram entre os séculos XIX e XX.
A primeira cerveja gelada pela ciência
Até o final do século XIX, a oportunidade de beber uma cerveja gelada, em dias mais quentes, era algo possível apenas para pessoas muito ricas. O simples ato de “beber uma gelada” dependia de fontes naturais de gelo, de pessoas para carregá-lo e de locais de armazenagem.
Em 1856, foi criado o primeiro equipamento de refrigeração. Ele era utilizado para gelar cerveja para uma cervejaria. Iniciava-se, ali, um controle de etapas de produção da bebida, que dependem de refrigeração. Com isso, as pessoas passaram a poder beber cerveja para se refrescar.
O conhecimento sobre fermentação
Até a metade do século XIX, a cerveja era produzida já com um alto grau de sofisticação, mas sem nenhum conhecimento científico. Isso começou a mudar em 1860, quando o francês Louis Pasteur iniciou a publicação de estudos sobre fermentação.
Uma das principais publicações de Pasteur foi “Etudes sur la Biere” ou “Estudos sobre a cerveja”, em português. Neste livro, o cientista descreveu como as chamadas “doenças da cerveja”, que levavam algumas produções a obter uma bebida de gosto desagradável, se davam por conta de contaminações por bactérias, fungos filamentosos e outras leveduras.
Graças ao trabalho de Pasteur, a capacidade de controle de qualidade da cerveja atingiu níveis nunca antes experimentados.
A indústria do vidro
Embora a arte de produção de vidro tenha iniciado antes mesmo de Cristo, no norte da África, a produção do vidro transparente, que permite a fabricação de copos, só foi possível no início do século XX, com os avanços tecnológicos.
Até então, era comum beber cerveja em canecas de barro, de cerâmica ou de metal. A partir da utilização de copos de vidro, a cor da cerveja passou a ser muito mais valorizada, bem como a sua transparência, o que impulsionou as cervejas Lagers filtradas de tom dourado.
Além disso, a própria arte de produção de copos passou a receber muita atenção, com a criação de diferentes estilos, que até hoje fazem parte da cultura cervejeira.