3 cervejas para comemorar o St Patrick’s Day
Muito além do chope verde, saiba mais sobre três estilos irlandeses tradicionais de cerveja.
O St. Patrick’s Day, ou Dia de São Patrício, em bom português, ficou internacionalmente conhecido como uma data cervejeira. Mas o dia do padroeiro da Irlanda, comemorado em 17 de março, nem sempre foi assim. Originalmente, era uma data religiosa não oficial no país europeu, aliás, um dia em que nem se deveria beber cerveja!
A data obteve sucesso primeiro nos Estados Unidos. Tudo começou com as “parades”, os desfiles, a partir de 1792. O dia só se tornou um feriado na Irlanda em 1903, e os pubs deveriam ficar fechados em homenagem ao santo. Apenas em 1997 a festa começa a acontecer na ilha.
Mas, por que tudo isso? São Patrício foi muito importante religiosamente e para a constituição do próprio país. Ele foi consagrado especialmente por ter espalhado a religião cristã pela Irlanda. Segundo historiadores, ele faleceu em 17 de março do ano 462.
Um fato curioso é que São Patrício não teria nascido na ilha, e sim em algum lugar do País de Gales, em pleno domínio romano. Segundo a lenda, ele foi sequestrado por piratas irlandeses e feito de escravo. Só conseguiu a liberdade posteriormente e se dedicou à vida religiosa. Para ensinar a Santíssima Trindade, usava o “shamrock”, o trevo de três folhas, que se tornou um dos símbolos do país.
E a cerveja?
Bem, obviamente, a cerveja não era verde. Essa tradição de pintar tudo da cor da Irlanda, inclusive a bebida, surgiu nos Estados Unidos, em 1914. O sucesso foi tão grande que barris de “cerveja verde” chegaram a ser importados pela Irlanda, em 1985. Hoje, a tradição está espalhada pelo mundo. Normalmente, é apenas uma cerveja Pilsen clara com corante alimentício.
Que tal conhecer mais sobre os estilos de cerveja tipicamente irlandeses? Abaixo, uma seleção de três cervejas que apresentam muito bem os estilos clássicos da ilha esmeralda.
Guinness – Irish Dry Stout (5% – 440 ml)
Os estilos de cerveja irlandeses surgem a partir do século XVIII, com o Irish Dry Stout. Na época, o imposto sobre os maltes de cevada torrados era muito alto, tornando a cerveja escura muito cara. Para dar cor, aroma e sabor para a bebida, os irlandeses passaram a substituir esses maltes por cevada crua torrada, mais barata.
A inovação foi aprovada e fez muito sucesso. Um exemplo dessa cerveja é a Guinness, mundialmente conhecida, de cor marrom escura, com espuma cremosa, aroma de maltes torrados, como café e caramelo, de corpo leve, amargor marcante e final seco.
Coopers Best Extra Stout – Export Stout (6,3% – 375 ml)
Em seguida, uma versão mais intensa, encorpada e alcoólica da Dry Stout foi criada, principalmente, para exportação. Era a Export Stout, que também tinha um grau de torra ainda maior que sua precursora.
Um ótimo exemplo é a australiana Coopers Best Extra Stout. De cor preta, também com boa espuma, tem os maltes torrados, ainda mais intensos no aroma e sabor, lembrando café e até uma nota de queimado. Na boca, o corpo é médio e o amargor de médio para alto, como um café sem açúcar.
Antuérpia Irish Red Ale (4,9% – 500 ml)
Mas, nem só de cerveja escura vive a Irlanda. A Irish Red Ale moderna é uma adaptação da English Pale Ales, da Inglaterra, que fizeram muito sucesso no século XIX. No entanto, diferente da versão inglesa, elas têm aromas e sabores mais ligados aos maltes, lembrando tostado, biscoito, castanhas e caramelo, com suave tom frutado, como uvas-passas. A Antuérpia Irish Red Ale ilustra bem essas características.