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4 opções de cervejas claras para sair da Pilsen
Em 04/01/2023 às 10h00.

4 opções de cervejas claras para sair da Pilsen

A Pilsen, e a American Lager, são referências de cervejas claras. Mas a cor dourada está em diversos estilos de cerveja, cada um com sua personalidade única. Conheça alguns deles e ótimos exemplares para provar.

Luis Celso Jr.
Por Luis Celso Jr., cervejar.com
Jornalista e Sommelier de cerveja

O estilo Pilsen foi o primeiro de cervejas claras do mundo. Foi criado em 5 de outubro de 1842 na cidade de Plzen na República Checa – ou seja, ele acabou de completar 160 anos! Parabéns!

É considerado por muitos especialistas a inovação mais disruptiva da história da cerveja, tendo popularizado as Lagers no mundo. A cerveja American Lager é uma variação do estilo Pilsen, sendo hoje a mais famosa do planeta com pelo menos 80% do mercado mundial. Não é toda a cerveja que pode se dizer tão importante quanto a Pilsen.

A história também mostra sua relevância. Até sua criação pelas mãos do mestre cervejeiro alemão Joseph Groll na cervejaria conhecida hoje como Pilsner Urquell, as cervejas eram em geral escuras, de cor marrom. No começo do século 19 uma versão mais clara se popularizou na Inglaterra: a English Pale Ale. No entanto, ela ainda era âmbar, acobreada, enfim, não-dourada.

Também é interessante notar como a Pilsen fez a união de diversas tecnologias que não só mudaram a cor, mas também o sabor da categoria cerveja. Ela usou leveduras de baixa fermentação alemãs, que funcionam em temperaturas mais baixas e dão aroma e sabor mais limpo para a bebida. Também utilizou maltes modernos, de cor clara e maior rendimento – diferente dos antigos, meio torrados e defumados pelo método de malteação antigo. Além da água da região, extremamente leve em minerais, o que é ideal para uma cerveja clara.

Com isso, todos queriam a Pilsen Checa. E as cervejarias começaram a imitá-la, cada qual do seu jeito. Aos poucos, inúmeras variações de cervejas claras foram criadas, tão deliciosas quanto a Pilsen, popularizando a cor dourada.

Que tal experimentar algumas dessas cervejas?

Munich Helles

“Helles” significa claro em alemão. Ou seja, o nome desse estilo quer dizer “a clara de Munique”, capital da Baviera, região Sul do país germânico. Foi desenvolvido pela Spaten em 1894 como uma revanche dos bávaros em relação à Pilsen.

É interessante notar o “timming” também. Demorou mais de 50 anos para que os alemães aprendessem a tratar a água da região, muito mineral, e fazer uma cerveja dourada.

Atualmente, é uma cerveja leve, de baixo amargor, equilibrando notas de maltes claros, como cascas de pão, com lúpulo floral alemão. Também tem corpo leve e baixo amargor, torando o estilo muito fácil de beber e mais próximo da American Lager convencional. Experimente a Spaten, a primeiro do estilo.

Belgian Blond Ale

Os belgas construíram muito da sua história cervejeira com um misto de inovação e tradição. Eles sempre correram atrás das invenções britânicas e alemães, mas preservando seu jeito único de fazer cerveja.

Depois do surgimento da Pilsen, as cervejarias belgas tiveram que ser criativas para competir com a “Lagers alemãs”, todas claras e leves, cheias de apelo. Essa invasão de fato levou muitos à falência. Outros decidiram aproveitar os maltes claros para fazer novas “Golden Ales”, mas mantendo a levedura belga, que traz sabor frutado e condimentado únicos. Assim surgiram a Blond Ale, Strong Golden Ale e a Tripel.

A Belgian Blond Ale é a mais leve e menos alcoólica desse grupo, apesar de poder variar entre 6,3% e 7,9%. Varia de amarelo claro e dourado profundo, traz notas de cascas de pão e mel dos maltes, mas com frutado lembrando frutas amarelas e brancas, como pêssegos e uvas-verdes, além de condimentado como noz-moscada suave. O lúpulo é suave, com amargor reduzido, corpo leve a médio e final moderamente seco. Experimente a Maredsous Blonde.

American Pale Ale

Os norte-americanos ganharam grande relevância na cerveja a partir de 1970, revolucionando o mercado de cervejas artesanais. Foi um verdadeiro renascimento dessa categoria, que ficou esquecida ao longo do século 20.

Muitas dos estilos nasceram inspirados em cervejas europeias, porém adicionadas do lúpulo norte-americano – que é mais frutado, cítrico e resinoso que os demais. Assim também nasceu a American Pale Ale, a partir da English Pale Ale com lúpulos locais.

Há uma certa disputa pelos créditos de quem criou essa invenção. Mas em geral os louros são dados a Anchor Brewery, de São Francisco, na Califórnia, que lançou em 1975 a Anchor Liberty Ale – cerveja que deu início também ao que viria a se tornar o grupo das cervejas lupuladas. De corpo médio-baixo, tem cor dourada profunda e aromas florais e cítricos, como toranja e laranja. Essa é a nossa indicação.

Summer Ale/Golden Ale

Os britânicos sempre foram muito resistentes às Lagers alemãs. Por isso, nunca desenvolveram qualquer cerveja de cor dourada até a década de 1980. Foi quando viram o sucesso do lúpulo frutado norte-americano e decidiram exploram isso também.

Assim nasceu o estilo Summer Ale, também conhecido como Golden Ale ou Blond Ale inglês. Originalmente, uma cerveja mais leve, clara, com lúpulos frutados, cítricos, de fato criada para o verão. Foi uma cerveja sazonal por muitos anos, até que entrou no portfólio fixo de muitas cervejarias e passou a ser produzida o ano todo. A havaiana Kona tem a Big Wave, um ótimo exemplar desse estilo.

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