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4 cervejas para entender a história da bebida
Em 10/08/2022 às 10h29.

4 cervejas para entender a história da bebida

A cerveja nem sempre foi dourada e brilhante. Ela evolui muito ao longo dos séculos, mudando de forma inúmeras vezes até chegar ao que é hoje.

Luis Celso Jr.
Por Luis Celso Jr., cervejar.com
Jornalista e Sommelier de cerveja

Você sabia que as provas arqueológicas mais antigas da existência da cerveja são de aproximadamente 11 mil a.C.? E como era essa bebida? Qual seu sabor, aroma e aparência? E na Idade Média, algo mudou? Nossa tendência é encarar a cerveja apenas como uma bebida dourada e brilhante que vem do supermercado. Mas, nem sempre foi assim. Ela evolui muito ao longo dos séculos, mudando de forma inúmeras vezes até chegar ao que é hoje.

Felizmente, a cerveja conserva, em alguns estilos, muitas das características que encontrávamos no passado. Então, que tal aproveitar o Dia do Historiador comemorado nesse 19 de agosto para testemunhar essa evolução por meio da degustação? Para isso, separamos quatro cervejas que representam diferentes períodos dessa história.

O surgimento da cerveja e as Lambics

Não se sabe exatamente como a cerveja foi descoberta, mas muitas teorias apontam que foi ao acaso. Cereais teriam sido molhados e germinaram, sendo secos em seguida pelo sol. Quando foram molhados novamente, o líquido açucarado resultante foi atacado por microrganismos do próprio ar e ambiente, dando início a uma fermentação espontânea.

As cervejas nessa época, provavelmente, tinham misturas de frutas, ervas e mel. Mas eram, sobretudo, ácidas, visto que sua fermentação tinha microrganismos acidificantes. Hoje em dia, apenas um estilo de cerveja tradicional mantém o uso da fermentação espontânea: o Lambic. Prove a Boon Geuze Mariage Parfait para sentir essa acidez e os aromas rústicos produzidos por alguns tipos leveduras selvagens.

Idade Média e a Dunkel

Ainda na Antiguidade, muitas tribos subiram os rios em direção à Europa e iniciaram sua agricultura por lá. Também plantavam cereais, no entanto, na hora de fazer cerveja os grãos não secavam adequadamente, por falta de um sol mais intenso. A solução foi secar ao fogo, o que tostava boa parte do material, dando origem a uma cerveja marrom.

Por isso, até a Idade Moderna, a cerveja europeia era basicamente escura e com sabores tostados, torrados e defumados. Um bom estilo de cerveja para exemplificar isso é o Rauchbier. De cor marrom, tem notas tostadas, de caramelo e defumadas, como um embutido. Experimente a Bamberg Rauchbier.

A evolução tecnológica e a Pale Ale

Em 1620, os ingleses começaram a usar carvão para secar os maltes, produzindo uma variedade mais clara, de cor âmbar a cobre. A cerveja produzida passou, então, a se chamar Pale Ale, ou Ale Pálida. Esse estilo fez grande sucesso no final do século XVIII e início do XIX, e foi exportado para diversos países. Experimente a Old Speckled Hen.

Pilsen, a cerveja dourada

Em 1842, um mestre cervejeiro alemão chamado Joseph Groll criou, na cidade de Plzen, na República Tcheca, a primeira cerveja clara e dourada do mundo. Para isso, ele uniu várias tecnologias da época, como a levedura de baixa fermentação alemã e a teologia de maltes inglesa, além de juntar com a água local, que tem pouquíssimos minerais.

O sucesso foi absoluto dando origem ao estilo Pilsen, que inspirou inúmeras variações pelo mundo. A primeira cerveja desse tipo ainda existe: é a Pilsener Urquell. Vale a pena experimentar para entender o estilo Pilsen original e ver as diferenças com as demais cervejas claras.

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