3 invenções e avanços científicos que surgiram por conta da cerveja

Que cerveja é bom, ninguém duvida. Agora, se eu dissesse para você que só temos geladeira por conta da cerveja? Que só criamos as vacinas por conta dela? E que se não houvesse a bebida, ainda estaríamos caçando e coletando alimentos? Pois é. A cerveja é responsável por uma série de invenções e avanços científicos da história humana. E nesse Dia do Inventor, comemorado em 4 de novembro, vamos mostrar para você três desses avanços enquanto você escolhe uma gelada para brindar.

Revolução agrícola

A invenção da civilização talvez seja o maior feito da cerveja. Sim, foi ela que deu o pontapé inicial. No passado, o ser humano se organizava em tribos ou clãs, andando por aí de forma nômade, caçando e coletando seu próprio alimento. Até pouco tempo, achávamos que ele teria inventado a agricultura perto de 6,5 mil a.C., se tornando sedentário e a partir disso feito a cerveja com os cereais cultivados.

No entanto, a descoberta de restos de um fermentado de cereais em vasilhas de pedra em um sepultamento natufiano na Caverna de Raqfet, em Israel, datados de aproximadamente 13 mil a.C, remodelou a história. A constatação, feita em 2018 por pesquisadores da Universidade de Stanford, dos Estados Unidos, mostra que o ser humano já fazia cerveja intencionalmente desde aquela época.

Ou seja, bem antes de se fixar em um lugar para plantar seu próprio alimento, dando início a Revolução Agrícola, o primeiro passo para a civilização, o ser humano já conhecia e apreciava a bebida. E isso reforça a teoria de que ele teria se sedentarizado para fazer cerveja. Mas não só ela, é claro. Para se alimentar dos cereais se fazer o pão também — mais cá entre nós, isso é detalhe.

Pasteurização

O cientista francês Louis Pasteur inventou a pasteurização estudando leite, certo? Errado! Seu experimento mais famoso, no qual confirmou que os microrganismos não eram autogerados e sim vinham do ambiente, é de 1861. E foi estimulado pelas pesquisas sobre a fermentação de cerveja e vinho feitas desde 1854, aproximadamente.

No experimento, Pasteur também demonstrou que ao aquecer e esfriar o material, os microrganismos eram eliminados, lançando o princípio da pasteurização, que muito tempo depois também seriam aplicados ao leite.

Mas as implicações dos estudos de Pasteur não param por aí. Foram muito importantes também na medicina. Médicos da época começaram a aplicar os princípios de esterilização em instrumentos, feridas e bandagens, diminuindo drasticamente os casos de infeção. O próprio Pasteur atuou junto a hospitais nesse sentido, diminuindo muito a mortalidade de pacientes. A partir daí ainda estudou os microrganismos patogênicos, e terminou por descobrir as vacinas.

Tudo por conta da cerveja.

Refrigeração artificial

Você acha que estamos exagerando? Pois saiba que sua cerveja só pode ser refrigerada hoje no conforto do seu lar por conta da própria cerveja. Carl Von Linde invenou a refrigeração artificial em 1871 construindo uma máquina para a Cervejaria Spaten, em Munique, na Alemanha. Ele usou os princípios da expansão de gases amônia. É com base neles que sua geladeira funciona.

O problema que levou a necessidade de uma máquina que mantivesse a cerveja fria, no entanto, se originou muito antes. Desde aproximadamente o século XVII os alemães já fermentavam cervejas com um tipo de levedura que funcionava em baixas temperaturas. Ela deixava a cerveja melhor, mais pura, com menos sabores estranhos. Para isso, eles passaram a usar gelo para resfriar os ambientes de fermentação.

Mas o gelo era um problema. Precisava ser trazido de outros lugares, como montanhas ou lagos congelados. Mesmo com todo esse esforço, a indústria cervejeira alemã utilizou esse método por muitos anos até a invenção de Linde.

Que tal aproveitar e fazer um brinde para esses inventores fantásticos?