3 cervejas trapistas que você precisa conhecer
Que tal provar algumas cervejas e conhecer mais a fundo essa tradição? É para beber de joelhos!
O vinho não é a única bebida da Igreja Católica. Desde o início da Idade Média, em torno de 500 d.C., monges produziam cerveja para sua subsistência nos mosteiros da Europa. E como eram alfabetizados, desenvolveram boa parte da tecnologia da bebida, usando todo conhecimento científico que tinham. Também ajudaram a guardar a cultura cervejeira, registrando o que faziam.
Em especial, a Ordem Trapista é bastante importante. Apesar de produzir cerveja há muito tempo, se destacaram na arte de produzir a bebida entre o final do século XIX e começo do XX. Hoje, são 13 cervejarias trapistas espalhadas pelo mundo, reconhecidas pela Associação Internacional Trapista.
Para se denominar cervejaria trapista, além de participar da associação, que é responsável por essa classificação, é necessário seguir algumas regras. Em primeiro lugar, as cervejas devem ser produzidas por monges, ou sob sua supervisão deles, dentro dos monastérios trapistas.
Além disso, seguindo as regras da Ordem, que inclui voto de pobreza, todo o lucro deve ser para manutenção do mosteiro e obras de caridade.
A associação distribui o selo de Autêntico Produto Trapista para as cervejarias que se encaixam nos critérios. Atualmente, são dez marcas. Então, que tal provar algumas dessas cervejas para conhecer essa tradição? Acreditem quando eu digo: são de beber de joelhos!
Westmalle Tripel
A Westmalle Tripel é considerada a “mãe” desse estilo, porque lançou a primeira cerveja Tripel de cor dourada na década de 1920 – até então, elas eram marrons. Trata-se de uma cerveja frutada, que lembra principalmente compota de pêssego e damasco, com toque de mel, noz-moscada e cravo, sendo bem alcoólica. Fundada em 1974, a abadia de Nossa Senhora do Sagrado Coração fica na cidade de Westmalle, na parte Norte da Bélgica. Daí o nome da cerveja.
Rochefort 10
Já a Rochefort 10 vem da Abadia Notre-Dame de Saint-Remy, que fica na cidade de Rochefort, no Sul da Bélgica. Trata-se de uma fantástica Dark Strong Ale, de 11,3%, cor marrom, alto teor alcoólico, com aromas e sabores lembrando ameixas, frutas secas e caramelo. O monastério foi fundado em 1230 e interrompeu suas atividades e produção diversas vezes até o final da Segunda Grande Guerra.
Chimay Dorée
Nem só de cervejas muito alcoólicas vivem os monges. Na verdade, no dia a dia, eles bebiam uma versão suave chamada Single. Ela era leve, muito pouco alcoólica, ótima para acompanhar as refeições e não embriagar (o que comprometeria as tarefas do cotidiano). A Chimay Dorée foi criada em 1862 baseada nesse estilo. Hoje, ela tem 4,8%, aromas de cascas de pão e mel, além de damascos e uvas verdes, com suave toque de lúpulo floral e delicada picância.
É produzida por monges da abadia de Notre-Dame de Scourmont, na Bélgica, mosteiro fundado em 1850. Ele chegou a ser destruído na Segunda Guerra Mundial e voltou a produzir apenas em 1944. Foi a primeira a usar o nome cerveja.